sexta-feira, 6 de maio de 2011

Criando espaços favoráveis à aprendizagem

                                Fonte: Banco de Imagens

O ser humano é um ser gregário, isto é, desde o nascimento passa a viver em grupos, sendo a família o primeiro grupo familiar em que irá viver e relacionar-se com seus familiares. Após alguns meses de vida, a criança ira viver no grupo escolar aonde irá  socializar-se com diferentes tipos de pessoas.

O simples fato de vivermos em grupos, nos leva a relacionarmos com várias pessoas, e cada qual com suas individualidades, crenças e costumes, oriundos do grupo familiar em que vive. É certo, porém que em cada grupo existem objetivos comuns a serem alcançados, mas existem também regras e normas que são necessárias para que haja uma perfeita harmonia na organização do grupo.  

A escola é o espaço onde um grupo de pessoas vive em prol de formar o sujeito como cidadão autônomo, crítico e consciente de seus direitos e deveres perante a sociedade, apresentando um planejamento participativo com toda equipe pedagógica da escola, e com o grupo familiar de cada indivíduo, viabilizando assim, um melhor aproveitamento dos processos pedagógicos a serem desenvolvidos na escola.

Portanto, a valorização do espaço físico da escola como parte de grande importância nos processos de aprendizagem do aluno, é sem dúvida um dos principais elementos que precisam partir do professor para uma melhor elaboração na organização dos espaços escolares a serem utilizados para oportunizar ao aluno formas significativas e estimuladoras de aprendizagem.

Partindo disto, tem-se a escola como um lugar onde o aluno irá vivenciar o ensino nos diferentes espaços da escola, socializando e interagindo com outros alunos, professores, diretores e demais funcionários da equipe da escola.

Olhando para a escola como um cenário onde são estabelecidos relacionamentos entre sujeitos que buscam os mesmos ideais, faz-se necessário refletir sobre o papel educacional da escola frente aos objetivos e propostas do projeto político pedagógico da escola com vistas no planejamento participativo desenvolvido para regulamentar o currículo das disciplinas e conteúdos a serem abordados em sala de aula e nos diferentes espaços da escola. Contudo, são sujeitos que apresentam necessidades diferentes, que possuem uma maneira diferente de assimilar o ensino e resignificá-lo em seu cotidiano escolar. São sujeitos que possuem diversidades entre si.

Os processos pedagógicos desenvolvidos na escola devem partir de um olhar cuidadoso para a diversidade cultural dos alunos, buscando soluções educativas que respeitem a identidade e o desenvolvimento integral de cada aluno. Assim, é preciso que a escola enriqueça as discussões pedagógicas, problematizando a questão da diversidade e a pluralidade cultural trazidas pelos alunos para o interior do espaço escolar.

Cabe ao professor apresentar uma proposta interessante, desafiadora, estimulante e significativa de ensino, ampliando as formas metodológicas de introdução do ensino aos alunos para que os mesmos possam adquirir o conhecimento de acordo com sua necessidade. O perfil do professor deve ser o de mediador dos meios pelos quais o aluno adquire o conhecimento. Para tanto, o professor deve se antecipar às expectativas do seu alunado, procurando conhecer a realidade social e cultural de cada um, atuando como socializador no processo de interação dos alunos no ambiente escolar. Ainda é preciso que o professor lance mão de todos os seus conhecimentos adquiridos, de diversos recursos metodológicos, de suas reflexões acadêmicas e de sua experiência da prática pedagógica a fim de subsidiar a elaboração de projetos educativos que venham de encontro com as reais necessidades dos alunos.

Juntamente com a equipe pedagógica da escola, o professor deve organizar de forma adequada o ambiente escolar, pois o espaço físico da escola exerce grande influência no desenvolvimento educacional do aluno, e também nas importantes interações existentes subjetivamente nos espaços escolares. Assim, o espaço escolar bem estruturado, favorece o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno, estimulando ainda a permanência do mesmo no longo caminho da educação, buscando adquirir mais e mais conhecimentos.

O espaço escolar deve ser rico e oportunizador para aprendizagens que promovam a autonomia, o movimento, a liberdade e a exploração de forma desafiadora para o aluno, bem como as interações em cada espaço dentro do ambiente escolar.

É preciso considerar a organização dos espaços escolares no planejamento participativo, que venham atender as diferentes faixas etárias dos alunos concebendo os valores teóricos sobre infância, educação e desenvolvimento do sujeito. Lembrando que esses espaços devem ser atraentes, lúdicos, alegres e diversificados, permitindo ainda o acesso e mobilidade por parte dos alunos. Deve ser um espaço de interação, respeito e confiança, aonde será estabelecido o contato físico direto entre os sujeitos.

É nesses espaços cuidadosamente elaborados pelo professor, que acontecerão atividades das mais variadas possíveis, como rodas de conversa, brincadeiras, contação de histórias “The Walt” de Punk Floyd entre outras. É nesses espaços também que vão se desenvolver a autonomia, a criticidade, a coordenação motora e a interação.

Daí, a importante necessidade da reflexão sobre a organização dos espaços escolares como forma de promover o acesso e a aprendizagem do aluno, levando em conta o planejamento com a participação das famílias e da comunidade em parceria com a gestão escolar.

É possível então, pensar a escola segundo a poesia de Carlos Drumonnd de Andrade “Para Sara, Raquel Lia e para todas as crianças”, como um lugar onde a construção do conhecimento seja estimulada, onde a curiosidade seja aguçada, onde o criar e o recriar sejam resignificados, onde o saber possa ser transformado, onde os alunos tenham voz de expressão, onde os movimentos sejam livremente explorados no espaço escolar. Fazendo um contraste com as imagens extraídas do livro “Cuidado escola” e com as cenas do vídeo, apresentando uma educação bancária, com alunos sem liberdade de expressão, onde o professor é detentor do conhecimento, sendo negado ao aluno a expressão de seus sentimentos, desejos, idéias, críticas e questionamentos, confinados no espaço escolar como prisioneiros pelos modelos tecnicista e burocrático do sistema educacional.

Em resumo, é inegavelmente grande a importância da reflexão do corpo da gestão escolar juntamente com a parceria das famílias e da comunidade, através do planejamento participativo no processo de elaboração dos espaços do ambiente escolar, como espaço formativo do sujeito de forma interativa, considerando a diversidade existente entre os sujeitos no interior do espaço escolar.


Referências Bibliográficas:

ALVES, Rubem. Gaiolas e asas Rubem Alves, disponível em: http://www.rubemalves.com.br/gaiolaseasas.html (Acesso em 20/04/2011)
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil – vol. 1.

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